Qualquer
perito contratado como especialista para reconstruir um acidente de
trânsito, usará a Física, qualquer técnico que ensina uma ginasta
a saltar, usará a Física. Na verdade, a análise de qualquer
movimento complicado requer que ele seja simplificado através da
Física. Tais movimentos como o de uma ginasta ou de um carro podem
ser simplificados se pudermos determinar um ponto especial existente
nesses corpos, chamado de centro de massa.
Por
exemplo se você lançar de forma simples uma bola de tênis, ela
realizará um movimento simples, ou seja tomará uma trajetória
parabólica e poderemos considerar a bola como uma partícula. No
entanto, se você lançar uma raquete de tênis, ou um martelo, por
exemplo, o movimento desses objetos será mais complicado. por que
cada parte do martelo, por exemplo, move-se de maneira diferente
descrevendo cada uma sua própria trajetória e dessa forma, você
não poderia considerar o martelo como uma partícula. Em vez disso,
ele é um sistema de partículas com cada uma delas seguindo a sua
própria trajetória. Contudo, o martelo tem um ponto especial: o
centro de massa, que move-se numa trajetória parabólica. As
outras partes do martelo movem-se em torno do seu centro de massa.
Observe o movimento complicado de um martelo que é lançado. O ponto vermelho indica o seu centro de massa.
Observe a trajetória de um bola que é lançada. Perceba como a trajetória do seu centro de massa descreve uma parábola.
No vídeo abaixo, vemos a trajetória do centro de massa de alguns desses objetos.
O
centro de massa de um sistema de partículas é o ponto que se move
como se toda a massa do sistema estivesse ali concentrada e como se
todas as forças externas fossem ali aplicadas.
Observe o movimento complicado de um martelo que é lançado. O ponto vermelho indica o seu centro de massa.
Observe a trajetória de um bola que é lançada. Perceba como a trajetória do seu centro de massa descreve uma parábola.
No vídeo abaixo, vemos a trajetória do centro de massa de alguns desses objetos.
Você
certamente não ganharia dinheiro lançando martelos no ar, mas
poderia ganhá-lo treinando atletas de salto ornamental, ginastas e
dançarinos em como saltar enquanto movimentam seus braços, pernas e
tronco. Seu ponto de partida seria o centro de massa dessas pessoas,
pois o seu movimento é simples.
O
Centro de Massa
Definiremos
o centro de massa (cm) de um sistema de partículas (o martelo, por
exemplo) de forma que seja possível prever o movimento desse
sistema.
Nessa
seção de estudos iremos discutir como determinar aonde o centro de
massa de um sistema está lcalizado. Iniciaremos com um sistema de
apenas algumas partículas e depois consideraremos um com grande
quantidade de partículas (um corpo sólido como um martelo). No
final, discutiremos como o centro de massa de um sistema quando
forças externas atuam sobre o sistema.
A figura
abaixo mostra duas partículas de massa m1 e m2
separadas por uma distância d. Escolhemos arbitrariamente a origem
do eixo x, de maneira que ele coincida com a partícula de massa m1.
Definimos a posição do centro de massa (cm) desse sistema de duas
partículasa como:
Na figura ao lado, o centro de massa do sistem está indicado pela seta.
Suponha
como exemplo que m2 = 0; nesse caso,
só existirá uma partícula de massa m1 e
ocentro de massa deve se localizar na posição dessa partícula. E a
equação (1) terá como resultado xcm =
0. Se m1 = 0, existir´,
novamente, apenas uma partícula (de massa m2)
e teremos o centro de massa dado por xcm
= d. Se m1 = m2,
o centro de massa estará exatamente entre as duas partículas e xcm
= d/2. Finalmente, a equação (1) nos informa que se nem m1
e m2 forem zero, xcm terá
somente valores entre 0 e d, ou seja o centro de massa
se localizará em algum lugar entre as duas partículas.
A figura
abaixo ilustra uma situação mais geral, na qual o eixo das
cordenadas está deslocado mais para a esquerda:
A posição
do centro de massa pode ser agora definida como:
Perceba
que se fizermos x1 = 0, então x2 = d e a Eq.
2 reduz-se à Eq. 1. Note também que apesar do sistema de
coordenadas ter sido deslocado, a distância do centro de massa a
cada partícula permanece a mesma.
Podemos
reescrever a Eq. 2 como:
Na qual M
é a massa total do sistema de partículas (Aqui, M = m1
+ m2). Podemos expandir a equação mais
geral, na qual n partículas localizadas sobre o eixo x compõe o
sistema. Então a massa total M será: M = m1
+ m2 + … + mn, a
localização do centro de massa será:
O
subscrito i é um índice que assume valores inteiros de 1
até n.
Se as
partículas forem posicionadas de forma tridimensional, o centro de
massa deve ser identificado pelas três cordenadas; por extensão da
Eq. 4, são elas:
Podemos definir a posição do centro de massa com notação vetorial. Primeiramente,
vamos relembrar que a posição de uma partícula em coordenadas xi,
yi e zi são dadas pelo vetor posição:
Aqui, o
índice identifica a partícula e i, j e
k são os vetores unitários apontando nas respectivas
direções dos eixos x, y e z.
Da mesma
forma, a posição do centro de massa de um sistema de partículas é
dada por um vetor posição:
As três equações escalares da Eq. 5 podem ser substituídas por uma única equação vetorial:
Onde M é a massa total do sistema.
No vídeo a seguir temos uma interessante aplicação prática do centro de massa:
No vídeo abaixo temos a resolução de um exercício
CORPOS SÓLIDOS
Um objeto comum, tal como um martelo contém um número muito elevado de partículas (átomos), assim, é melhor tratá-lo como uma distribuição contínua de matéria. Dessa forma, as partículas tornam-se elementos diferenciais de massa dm. Sendo assim, as somas nas equações (5) tornam-se integrais e as coordenadas do centro de massa ficam definidas como:
Aplicar estas equações em objetos comuns tais como uma televisão ou um ventilador seria uma tarefa bem complexa; assim iremos considerar apenas objetos uniformes. Estes objetos têm densidade (razão entre a massa do objeto e o seu volume) uniforme. Assim , a densidade ρ é a mesma tanto para um elemento do objeto, como para todo o objeto. Podemos então escrever:
onde dV é o volume ocupado por um elemento de massa dm e V, o volume total do objeto. Substituindo dm = (M/V) dv da Eq. 10 na Eq. 9, temos:
As